Refrigerante: perigo a vista

Ele está presente nas festinhas, nas reuniões de família, nas escolas e para muita gente está no almoço diário entre amigos do trabalho, “vamos rachar uma garrafa?” começa assim o convite. Refrigerante já faz parte da dieta da maioria dos brasileiros, tanto que pesquisas relatam um aumento de 400% no consumo da bebida no Brasil nos últimos anos.
Mas quais são os males que as latinhas ou garrafas escondem?
Refrigerantes são bebidas gaseificadas, obtidas pela dissolução em água de suco ou extrato vegetal de sua origem, adicionada de açúcares. Pode-se ainda adicionar alguns “antis” tais como: conservantes, acidulantes, antioxidantes, aromatizantes e/ou flavorizantes, corantes e obrigatoriamente dióxido de carbono.
Na nutrição, dizemos que essas bebidas fornecem “calorias vazias”, ou seja, têm energia/calorias mas, não te traz absolutamente nada de benéfico, não agrega em nada a saúde, pelo contrário.
Uma lata de refrigerante tipo cola contém em média cinco colheres de açúcar, cerca de 136kcal, o que a longo prazo provoca ganho de peso, principalmente quando associado ao agravante, de se substituir o consumo de outras bebidas como leite, suco de frutas e até mesmo água pelo refrigerante.
Além do ganho de peso a bebida têm sido associada a um risco aumentado de diabetes mellitus tipo 2. Um recente estudo nos Estados Unidos descobriu que mulheres que consumiam uma ou mais porções de refrigerantes açucarados por dia tiveram um risco significativamente maior de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas que consumiam menos de uma porção por mês da bebida. Outro trabalho similar, feito em Londres, chegou a quantificar essa relação, concluíram que uma lata de refrigerante por dia aumenta em 18% as chances de desenvolver diabetes tipo 2, em obesos esse valor sobe para 22%.
“Mas com açúcar não preciso me preocupar, só bebo refrigerante zero”. Aqui vale a expressão “sai do espeto cai na brasa”.
Refrigerantes também têm muito sódio, as versões light ou zero, ainda mais. Em uma pesquisa feita com 14 marcas de refrigerantes, as concentrações de sódio variaram de 19 a 202mg de sódio/L. As bebidas “light / zero” por conterem adoçante artificial, apresentaram cerca de duas vezes a quantidade média de sódio encontrada em bebidas adoçadas com açúcar.
Vale lembrar também dos altos teores de cafeína (realçador de sabor), principalmente nas bebidas do tipo cola, a quantidade média de cafeína é 35mg por lata, o que é preocupante uma vez que doses baixas de cafeína são associadas a dependência e ao aumento da pressão arterial.
Nas bebidas a base de colas a soma da cafeína com o ácido fosfórico (acidulante), pode afetar negativamente a saúde óssea, por meio da geração de carga ácida no organismo. Outro agravante, é que a ingestão de refrigerantes está associada a baixa ingestão de cálcio, levando a um maior risco de osteopenia, osteoporose e fraturas ósseas. Em um trabalho realizado com adolescentes, foi verificada maior associação entre fraturas e o consumo de refrigerantes independentemente da atividade física praticada.
Além disso, o consumo de refrigerante têm sido associado; ao refluxo gastro-esofágico (fator de risco bem estabelecido para câncer de esôfago); aos efeitos deletérios sobre o esmalte dental e pra completar, pensando em estética, as bebidas carbonatadas levam ao aumento de celulite no corpo.
Diante de tantos problemas, pense bem antes de tornar a bebida parte do seu dia a dia. Modere nas quantidades e na frequência. Sua saúde agradece.