A super acerola
Nesses, dias de feriado prolongado, meu irmão mais novo estava passando uns dias lá na minha casa, comecei a me encher de saudades de quando ele era pequenininho e me lembrei de certa brincadeira maldosa que fazia com ele pra testar certas teorias de educação nutricional que estava aprendendo ainda na faculdade.
Basicamente, entre os aprendizados da época, dependendo da idade da criança e do quanto você era representante na vida dela, se ela o visse comer algo, mesmo que diferente do hábito dela ou até mesmo com sabor forte, facilmente a criança seria influenciada a experimentar esse alimento, bastava uma dose de exemplo associado a um pouquinho de curiosidade e confiança. E foi munida dessas informações que testei tal teoria com a acerola. Levei meu irmãozinho pra debaixo do pé de acerola carregado da fruta madura que tinha no quintal da casa do meu pai e por lá comecei a chupar as frutinhas, naturalmente o pequeno cresceu os olhos e começou a pedir, dava uma frutinha na boca dele, ele torcia a rostinho com o azedo da fruta e se afastava, mas me via comendo novamente dizendo que era uma delícia e mesmo com a primeira experiência, pedia de novo.
Teorias comprovadas e cobaias familiares à parte, voltando à acerola, o consumo da fruta é um desses bons e raros exemplos de super alimentos que entraram pra valer na vida de muitas pessoas após a divulgação de pesquisas científicas que comprovaram seu extremo valor pra saúde.
Pra vocês terem uma ideia, até 1946, a fruta não despertava muito interesse, nem no Brasil, nem em outros países da América Central, mas após pesquisas feitas em Porto Rico, em que se descobriu que a frutinha era riquíssima em ácido ascórbico, ou seja, em vitamina C, muita coisa mudou. Na época, concluiu-se que uma única fruta de 4,5g podia conter vitamina C equivalente, mais ou menos, à quantidade encontrada em meio quilo de laranjas ou então 1 quilo de limões. Está explicado o azedinho forte que provoca caretas no meu irmão.
O teor de vitamina C em 100 g de polpa de acerola pode variar de 1000 a 4000 mg, isso conforme, solo, clima, variedade, etc.
Para que fique mais claro todo seu potencial, saiba que um adulto precisa de doses diárias de vitamina C, a recomendação dessa vitamina para a população masculina com idade acima de 18 anos é de 90 mg e para a população feminina com idade acima de 18 anos é de 75 mg. De uma forma didática, isso significa que basta a ingestão de 2 a 4 acerolas por dia para suprir as necessidades diárias de vitamina C de um adulto. Lembrando que a vitamina C é sensível ao calor, luz e oxigênio, e por isso, ela pode ser parcialmente ou completamente destruída por um armazenamento longo ou pelo cozimento. Dessa maneira, ao usar a fruta, por exemplo, em receitas com cozimento, deve ser no menor tempo possível e ainda com pouca água e prefira um consumo mais imediato.
A acerola, também conhecida como cereja-das-antilhas, atualmente, (além de ser reconhecida como uma das maiores fontes de vitamina C) se sabe que seu valor nutricional se estende também a teores caprichados de vitamina A, ferro, cálcio e vitaminas do complexo B (Tiamina, Riboflavina e Niacina).
Além desse riquíssimo valor nutricional, a acerola de popularizou também pelo Brasil, pelas características gerais da planta. A aceroleira é uma árvore relativamente pequena, com a copa densa, bastante ramificada, folhinhas verde-escuras, brilhantes e ovaladas. Por sua beleza, seu porte pequeno e por se tratar de uma planta rústica e de fácil cultivo, ela ganhou espaço em diversos quintais e jardins de brasileiros. Se você possui um cantinho de terra, invista na aceroleira. Molhando com regularidade, ela pode frutificar até sete vezes no ano, dá pra garantir muita polpa pra sucos, coulis, geleias, etc.