Ansiedade, estresse, compulsão e ganho de peso
Existem diversas possíveis causas para o ganho de peso, dentre as principais temos; interação gene-ambiente (questões genéticas de curtos e longos prazos associadas ao ambiente social), sedentarismo, elevado consumo de alimentos de alta densidade energética, baixo consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais (exemplo: baixo consumo de cálcio dietético), comportamento alimentar muito restritivo, flora intestinal desiquilibrada, privação de sono, desequilíbrios hormonais e excesso de álcool. Em sociedades modernas o mais comum, é que a pessoa tenha um ou mais dos fatores citados associados a certo grau de ansiedade ou estresse, resultado: ganho de peso.
Fique firme, que explico melhor. Existem três principais tipos de comedores, os instintivos, os compulsivos e os restritivos.
Os instintivos são aqueles que basicamente comem quando tem fome e param de comer quando estão satisfeitos (saciados). As crianças são assim, por isso muitas vezes é difícil fazer uma criança pequena comer quando não tem fome ou mesmo acalmá-la quando está com fome.
“Mas Nutri conheço crianças que não são assim”, acontece que alguns pais e familiares forçam a criança a comer mais do que devia ou precisava, além disso, ao longo da vida, vamos desaprendendo a ser instintivo, passamos a ignorar os sinais de fome e saciedade e começamos a comer em resposta ao ambiente ou às emoções.
O típico comedor compulsivo é aquele que come demais, mas não se trata de fome, mas sim por ansiedade, estresse, tédio, tristeza, solidão ou mesmo por prazer. Geralmente escolhem alimentos que dão um show no paladar e que liberam mais substâncias prazerosas no corpo (como os cheios de açúcar e, ou gordura).
Já os comedores restritivos são aqueles que vivem de dietas, estes mantem certo peso à custa de muitas restrições, ao saírem da dieta se sentem muito culpados e tendem a fazer compensações extremistas, como pular refeições ou exagerar no exercício físico. O mais comum é que em algum ponto o restritivo se canse de tanta restrição e se torne por vezes compulsivo. A grande questão é que a ansiedade e o estresse influencia nossa alimentação, nos tira dia a dia a característica alimentar instintiva nos tornando, ora compulsivos ora restritivos.
Quer um exemplo simples? Bem imagine a seguinte dia difícil, você começa entrando naquele trânsito caótico, se atrasa, no trabalho sofre represálias e cobranças, de lá toca pro curso noturno, se sente pressionado e exausto, em casa têm um desentendimento familiar, na hora do jantar, vai dar uma volta na cozinha, o cansaço bate e só consegue pensar em algo bem gostoso, prático e prazeroso pra compensar tanto estresse, afinal você merece né?!. E dali beliscos e doces, vamos de pizza, sanduba ou de churrasquinho gorduroso?
Quimicamente falando o estresse do dia a dia pode causar a secreção crônica de um hormônio, o glicocorticoide, que age na região cerebral chamada de cérebro emocional, aumentando o impulso de realizar atividades prazerosas e compulsivas – como ingerir doces e alimentos com gordura. Para piorar, o estresse aumenta os depósitos de gordura visceral, aquela que é mais nociva ao organismo. Conclusão ir levando a vida de forma ansiosa ou cheia de estresse facilmente nos deixa compulsivos, o resultado: aumento de peso e problemas de saúde. De nada adianta entrar na tal dieta se você não lida com seus problemas de ansiedade ou estresse?
Pessoas, pra que passar a vida correndo atrás de tantas coisas materiais? Coisas, das quais não precisamos realmente, para impressionar pessoas com quem não nos importamos. Precisa perder peso? Primeiro passo: repense seu ritmo de vida, priorize aquilo que realmente é importante, invista em sua saúde física e mental.