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Alimento “integral”. Têm certeza?

Alimento “integral”. Têm certeza?

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 Se você ler em um produto alimentício do seu interesse a palavra “integral”, se sentiria mais propenso a escolher essa versão? Não seria essa sua preferência? Afinal dizem que são melhores pra saúde, não é verdade?

Bem, com certeza! Não há dúvidas sobre seus benefícios, pra começar os cereais integrais são grãos que contém todos os elementos dos cereais, sendo estes: farelo (casca), endosperma e gérmen. A diferença para os cereais refinados é que as camadas externas são removidas e grande parte do valor nutricional do cereal se perde, pois, das três partes, o farelo e o gérmen são as que têm a maior concentração de nutrientes.

Cada vez mais a ciência reforça as vantagens nutricionais dos alimentos integrais, eles trazem uma série de benefícios para o nosso organismo, como: ajudar a reduzir os níveis de colesterol no sangue, auxiliar na redução de problemas cardíacos, auxiliar no controle do açúcar no sangue e são extremamente importantes para a saúde digestiva em geral, pois aumentam o bolo fecal e facilitam o trânsito intestinal.

Ajudam também na perda de peso, já que aumentam a saciedade de forma mais rápida e por mais tempo, mesmo sendo ingerido em menores quantidades. Evitando, assim, a ingestão excessiva de outros alimentos.

Também têm função anti-cancerígena  pois sua atividade antioxidante, auxilia na remoção de radicais livres, tal atividade é tão significativa que se assemelha a de frutas e legumes.

O problema é que muitos desses alimentos, pães, biscoitos, cookies, bolachas, etc., não são integrais de verdade. Sim, infelizmente é isso mesmo.

Em uma análise realizada pela Proteste (órgão de defesa do consumidor) identificou problemas entre o que está no rótulo e o que realmente têm dentro do produto, no teste quatro, entre as sete marcas de pães integrais testadas, tinham mais farinha tradicional (branca, refinada) do que farinha integral (a não refinada) na composição.

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Isso, pois, a Anvisa exige que os ingredientes dos alimentos sejam listados decrescentemente, do que mais têm pro que menos têm. Portanto, se o alimento possui mais farinha de trigo integral, será esse o primeiro ingrediente a aparecer nessa lista, que não ocorre muito, em geral a primeira farinha que aparece é a “farinha de trigo enriquecido com ácido fólico e ferro”, tradução, farinha branca. Não faz sentido né? A maioria pensa que se é integral deveria ser feito totalmente com farinha integral, no entanto, muitos desses alimentos são feitos somente com 25 a 40% de farinha integral.

Em alguns países a legislação estipula 100% de farinha integral, mas aqui não existe uma legislação clara e específica, ou padrões de teores mínimos de grãos integrais. Apesar dessa discrepância, no teste, a maioria tinha mais fibras alimentares do que a quantidade declarada no rótulo, porque a indústria acaba adicionando grãos e cereais diversos.

Atualizando: Sobre nossa legislação de alimentos integrais, em Junho/2016, a Anvisa, anunciou que vai exigir critérios mínimos para que os produtos possam se declarar como integrais. Leia mais Aqui.

Assim, se você quer saber se é integral pra valer, confira no rótulo, procure a “lista de ingredientes” e veja se o primeiro ingrediente dessa lista é “farinha de trigo integral”, confira também, na tabela a quantidade de fibra alimentar, quanto maior for esse valor mais integral é o alimento.

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Na industrialização, existe uma dificuldade em se manter maior semelhança entre as versões refinadas e as versões integrais desses alimentos, pois, os cereais íntegros (com cascas, farelos) tendem a deixar o alimento com um sabor forte, mais duro e quebradiço, perdendo a maciez comum dos refinados, as vezes, pra compensar esse problema sensorial adiciona-se mais gorduras nesses alimentos.

Por isso fique de olho, não se deixe enganar. Com conhecimento você terá mais autonomia, seja um consumidor consciente é você quem detém o poder de provocar mudanças e exigir melhorias.

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